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O verdadeiro alexandrino

MINHA LIRA (Benedita Azevedo)


[Mi/nha /li/ra in/te/ri/or] [vi/bran/do ao/ te em/com/trar,]

[Le/van/do-/me/ de /vol] [ta a /di/as /tão /dis/tan/tes,]

[Na/que/le /no/sso  em/com] [tro, e a /mim /sem/pre /ga/ran/tes]

[Que/ foi /so/men/te o a/ca] [so ali /sob /o /luar...]


[Que /nos/ Le/vou /tam/bem] [ao /céu /na/que/le a/bra/ço,]

[ao /com/tar /tan/ta es/tre] [la em / to/do  es/plen/dor]

[de u/ma /noi/te /su/a] [ve e /chei/a /de /sa/bor...]

[Nós /dois /a/li /sem/ta] [dos /per/to /do te/rra/ço.]



[Ma/mãe/ a /nos/ o/lhar] [vai /Che/gan/do à /já/NE/la,]

[com/vi/da-/me a / em/trar,] [é ho/ra /de /dor/mir]

[cor/di/al/men/te  /vais] [sem  /nem /se /dês/pe/dir.]


[Can/ta /meu /co/ra/ção,] [ tal /qual /na/que/les /dias,]

[Ao /em/trar /em /meu /quar] [to, em/quan/to/ tu par/tias...]

[Mas, /ho/je, /meu/ a/mor,] [só /eu /vou /de/ci/dir.]


Praia do Anil, 29 / 04 / 2012
Benedita Azevedo
 
 
É comum chamar-se de alexandrino todos os versos de 12 sílabas, entretanto, os verdadeiros alexandrinos são compostos de dois versos de seis sílabas em um só; sendo indispensável que o primeiro termine aguda (oxítona) ou, no caso de ser palavra grave (paroxítona), que a palavra seguinte comece por vogal ou h mudo, assim possibilitando a elisão, como se ver neste exemplo:
 
“Aos meus olhos mortais / surgiste-me, Corina.../
(pausa na 3ª, 6ª e 12ª)
 
Depois, depois vestin / do a forma peregrina...
(Pausa na  2ª, 6ª e 12ª)
 
As duas partes do alexandrino que se unem no meio dos versos formam o que se chama de hemistíquios , e o ponto em que se processa a fusão, denomina-se cesura.
 
 
Os versos abaixo são de 12 sílabas, mas, não são alexandrinos:
 
Quem me defende? A minha corte? A minha guarda?... (Guerra Junqueiro)
(pausa na 4ª, 8ª e 12ª0
 
Olhar de vida, olhar de graça, olhar de amor. (Machado de Assis)
(pausa na 4ª, 8ª e 12ª)
 
 
Os alexandrinos tem sempre pausa na 6ª sílaba.
 
Benedita Azevedo
 
 

Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 26/06/2012
Alterado em 27/08/2012


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