22/04/2011 19h40
CONTEMPLAÇÂO DA LUA - RIO DE JANEIO - 2011
Grêmio Haicai Águas de Março e Grêmio Haicai Sabiá Onde foi? No Amarelinho da Cinelândia O berço da Cinelândia A Cinelândia é o nome popular da Praça Floriano Peixoto no centro de Rio de Janeiro. Em tempos coloniais, A estrutura principal na área da Cinelândia foi o Convento da Ajuda, construído em torno de 1750. A forma da Cinelândia de hoje começou a se desenhar no início do século 20, quando o Governo brasileiro achou que a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, precisava ser totalmente reformulada. Durante as primeiras décadas do século 20 uma série de monumentais edifícios públicos foi construída de frente para a praça. Tais como: Theatro Municipal, Biblioteca Nacional e Palácio Pedro Ernesto. Localizado nas proximidades havia o Senado Nacional (Palácio Monroe, Demolido na década de 1970) e da Escola Nacional de Belas Artes, hoje Museu Nacional de Belas Artes. A praça concentra uma grande parte da vida política e cultural do Brasil. Os edifícios que a cercam eram um símbolo da modernização da cidade. No centro da praça, foi erguido em 1910 um monumento ao Marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente da República. O antigo Convento da Ajuda sobreviveu à primeira remodelação da praça, mas foi demolido em 1911. Em seu lugar, foram construídos uma série de edifícios altos que concentravam vários cinemas da cidade. Foi devido a estes cinemas que a área se tornou conhecida, popularmente, como Cinelândia. A maioria dos cinemas foi fechada, mas, a região ao seu entorno, ainda é um dos locais animados do Rio, graças aos seus bares, restaurantes e atrações culturais. O Amarelinho - Origem do nome JG de Araújo Jorge em seu famoso livro "No Mundo da Poesia" (1969), afirma: "O Café Belas-Artes foi realmente nossa 'academia' durante alguns anos. Na esquina seguinte, frente para a antiga Galeria Cruzeiro, era o Café Nice, ponto de reunião de cantores, músicos, compositores da velha-guarda. Eram dois mundos que não se misturavam. Quando instalaram a Caixa Econômica no local do Belas-Artes, levantamos vôo e fomos pousar na Cinelândia. Iniciava-se a fase do Café Amarelinho. Foi Paulo da Silva Prado, um rico herdeiro da aristocracia cafeeira de São Paulo, quem se tornou ainda muito jovem o mecenas da arte brasileira, fazendo surgir o Movimento Modernista de 1922. Abriam-se as portas para o talento de Manuel Bandeira, Lasar Segall, Vitor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Oswald e Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Di Cavalcanti, Portinari, Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Heitor Vila -Lobos, Tarsila do Amaral, Olívia Penteado, Patrícia Galvão (Pagu), Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Raquel de Queirós, Henkel Tavares, Cecília Meireles, Afonso Schmidt e tantos outros astros e estrelas com intensa luminosidade. E o bar Amarelinho era o reduto de toda essa luminosidade. ( Fonte: http://www.amarelinhodacinelandia.com.br/historia1.htm)
Quando foi? Na Segunda feira, 18 de abril de 2011
A contemplação da lua, durante o outono, quando a lua cheia surge esplendorosa os japoneses costumam admirá-la e aproveitam para compor poemetos conhecidos por haicai ou haiku, acompanhados de comida e bebida (Tsukimi). Neste ano, os Grêmios do Rio de Janeiro fizeram a Contemplação da lua no ambiente mágico da Cinelândia. A espera foi longa, pois marcamos para as dezoito horas o encontro no bar do Amarelinho e a lua só apareceu sobre os prédios às vinte e trinta. Os poetas que permaneceram no local compuseram seus poemas. Vejam abaixo.
Na Tsukimi mandioca frita com frango– E nada da lua! Benedita
Após longa espera, copos vazios no bar... No alto a lua cheia. Benedita
Bem depois do sol nenhuma sombra na praça - Luz da lua cheia. Benedita
Bar do Amarelinho e as luzes da Cinelândia – Ah, a lua cheia! Benedita
Nesta Cinelândia, quantas personagens viram esta mesma lua? Benedita
Um chopp gelado e o burburinho na praça – Vem nascendo a lua. Benedita
O zunzum aumenta sob o toldo amarelo... Ah... a lua cheia! Douglas
Noite que !aguardei... E após tantas esperanças a lua não veio... Douglas
Noite esperada! No céu escuro a brilhar a primeira lua. Douglas
Ah... a Tsukimi... Não posso esperar a lua Senão perco o trem. Douglas
Enfim a lua cheia... Seu brilho frio reflete sobre a torre escura. Douglas
O tempo esfria... Ao alongar-se a noite a lua se esconde. Douglas
Passam carros e ônibus defronte ao Amarelinho... E a lua no alto. Douglas
A pouco e pouco as mesas ficam desertas, Mas a lua cheia... Douglas
O brilho da lua Sobre o Centro da cidade – Noite carioca. Pestana
Teatro Municipal – A águia dourada abre as asas Para a lua cheia. Pestana
Happy hour No bar do Amarelinho – Só falta a lua. Pestana
Frango a passarinho – Do outro lado da praça Vem surgindo a lua. Pestana
Lua cheia – Mais luz ainda nas luzes Da Biblioteca. Pestana
Na Cinelândia Haicaístas se reúnem – Ver a lua cheia. Iraí Verdan
Juntos os haicaístas Aguardam a convidada – Lua-desta-noite.
Iraí Verdan
Lua cheia alta – Espalha raios prateados E clareia a noite. Iraí Verdan
No céu, lua cheia. Na rua a sombra de um prédio Escurece a noite. Marilza
Luz da lua cheia ilumina a Cinelândia. Quanto sentimento! Marilza
Lá entre os prédios Um clarão e um pedaço Da lua cheia. Regina
Que lua cheia! Trocaram a pilha hoje Na rua a jovem brinca. Regina
Benedita Azevedo
Publicado por Benedita Azevedo em 22/04/2011 às 19h40
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