26/07/2020 17h08
Histórias e fotos – capítulo V
Início do magistério no MOBRAL. Com a reforma do ensino e implantação da Lei 5.692, de 1971, com o objetivo de profissionalizar o Ensino médio dando um caráter de finalização. de tal modo que os alunos começassem a trabalhar, se não quisessem fazer um curso superior. Sendo assim, mudou a nomenclatura. Agora tínhamos o Primeiro grau, abrangendo o estudo da primeira a oitava série e Segundo Grau, as três séries do ensino médio, substituindo o Científico e o Clássico. Agora, além de Espanhol e Filosofia, eu teria de fazer provas de matemática, química, Biologia e OSPB. A próxima oportunidade de realização de provas seria em fevereiro de 1972. Eu fiquei sabendo da mudança 13 dias antes. Mesmo assim, fiz as provas no Conjunto Educacional Governador Celso Ramos, em Joinville-SC. Entretanto, alunos que tinham começado o Clássico, como eu, e só faltavam até duas matérias entraram na justiça pelo direito de fazerem só essas matérias. Enquanto o resultado não saia continuei estudando Filosofia e Espanhol e fiz as provas em julho em Blumenau. Mas, os resultados só poderiam ser publicados após a decisão da justiça. Em setembro saiu o resultado. Recebi o certificado e as notas do Clássico. Filosofia e Espanhol constavam como feitas no Colégio Normal Pedro II em Blumenau e OSPB no Conjunto Educacional Governador Celso Ramos. Então, na verdade, em Joinville só passei em OSPB. Bendita a ideia que tive de fazer Filosofia e Espanhol em Blumenau. Completei todas as matérias com 55% de aproveitamento em espanhol, 65% em filosofia e 84% em OSPB. Fui aprovada nas primeiras provas do 1º ciclo em julho de 1971 e Fechava as do 2º ciclo em julho de 1972. (5 anos em 1). Parei de estudar na 2ª série do ginásio. Agora estava apta a prestar o vestibular. Morávamos a duas quadras da faculdade (FEPEVI – Fundação de Ensino do Polo Geoeducacional do Vale do Itajaí, hoje, UNIVALE -Universidade do Vale do Itajaí) que funcionava no C.E. Nilton Kucker , à Rua Silva. Fui pedir informações sobre o vestibular de 1973. A secretária informou que estavam organizando um cursinho pré-vestibular a partir de setembro. Perguntei se tinham os programas do vestibular para Letras e Direito? Informaram que a partir daquele ano de acordo com a 5.692, o vestibular seria unificado. Peguei uma cópia para começar a estudar e fiz logo minha inscrição para o preparatório que começaria em outubro. Eram 50 vagas para Letras e 150 para Direito. Conseguimos acertar tudo para começar as aulas do MOBRAL dia 02 de abril, com 22 alunos bem interessados. Quando começou o frio no mês de maio alguns foram desistindo. Fiz visitas, conversei, mas alguns não voltaram. Chegavam cansados do trabalho e com o frio não queriam sair de casa. O grupo que permaneceu queria mais. No final de junho estavam alfabetizados. Fez uma carta pedindo que eu continuasse as aulas. Queria fazer a Educação Integrada. Queria concluir o primário e começar o ginásio, o mais breve possível. Souberam que só poderiam começar em 1973. Até mostraram os livros da Educação Integrada e leram alguns textos. Olhem só, um grupo de alunos parecidos comigo. Senti que meu dever naquela hora era facilitar a resolução desse problema. Propus fazer uma avaliação com eles. Se as notas tivessem 70% de aproveitamento eu iria conversar com a Secretária de Educação. Os 16 que permaneciam no curso estavam alfabetizados. A maioria teve aproveitamento acima de 70%. O problema era que a Educação Integrada só começaria em março. Se ficassem parados poderiam perder o estímulo. Levei a carta e as provas para a Secretaria de Educação. A coordenadora mostrou tudo à Secretária de Educação. Elas me pediram um tempinho para analisar a situação. Nossa! Então teria uma possibilidade! Em julho teríamos as férias escolares. Mas, antes soubemos o resultado. Havia uma vaga para a Educação Integrada. Uma professora desistira por falta de alunos. Só não poderia mudar o nome dela àquela altura. Os alunos queriam que eu desse as aulas. Se eu concordasse ela já havia aceitado a proposta da coordenação. Concordei . As aulas passariam a ser em uma escola municipal, onde funcionava a turma que fora fechada. Eu estava vivendo com eles a mesma realidade. Queríamos recuperar o tempo perdido. Recomeçamos as aulas em agosto. Criei o meu próprio método. Os alunos eram todos adultos. Mostraram que tinham facilidade de aprender. E o mais importante: Queriam aprender! Seguimos a programação. Mas, em português, trabalhei com eles uma unidade de fonética. Se soubessem ler e interpretar, aprenderiam as demais matérias com facilidade. Eles precisavam conhecer as (letras: vogais e consoantes). Precisavam saber que (quando se escreve, temos letras. Quando ouvimos, temos fonemas). (Que para escrever as palavras, usamos sílabas que são formadas pelas letras). (Letra, fonema, sílaba, palavra, frase, oração)-(Encontros vocálicos: ditongo-tritongo-hiato)-(Classes de palavras – bilhetes, carta- descrição). No segundo semestre recebi vários pedidos para preparação de alunos para o Madureza. Aceitei alguns. Os cursinhos preparatórios solicitaram visitas para contar como consegui fazer em um ano todas as matérias do 1ª e do 2º ciclos. O segundo semestre de 1972 foi bem movimentado. Esta foto foi feita no dia da primeira comunhão dos filhos, Rogério com 9 e Jane com 8 anos. Estavam no terceiro ano primário, em 1972 coincidindo com o término das minhas provas do segundo ciclo. Benedita Azevedo
Publicado por Benedita Azevedo em 26/07/2020 às 17h08
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