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Meu Diário
19/08/2020 00h02
Histórias e fotos- capítulo XV

Histórias e fotos – capítulo XV – Voltando para casa

Após receber o dinheiro da casa, paguei todas as pendências. Cuidei das transferências dos filhos. Peguei meu histórico escolar da faculdade. Procurei a transportadora. Consegui levar a mudança como complemento de carga, pagando bem menos que a mudança individual. Comprei as passagens. Fechei as contas no banco. Marquei a viagem para 17 de janeiro de 1977. Ficaríamos hospedados em casa da minha irmã Raimunda, enquanto encontrasse uma casa para comprar. Poderia ter pedido que ela olhasse uma para alugar. Mas, eu queria comprar uma casa simples, para tomar pé da situação sem desperdícios. Depois faria o que fiz em Itajaí. Venderia e compraria perto de onde fosse trabalhar. Foi uma experiência positiva que poderia ser repetida.

A última semana em Itajaí, morando à Rua José Joaquim dos Santos, 428-centro, foi muito tensa. Todas as responsabilidades de uma empreitada daquela sobre meus ombros. A doença do marido, os filhos adolescentes, a organização da mudança, o trabalho para organizar uma vida partindo do zero, outra vez. Agora, pelo menos levava um pequeno capital, fruto do meu trabalho, que daria para comprar uma casinha simples, provisoriamente.

Ao chegar a São Luís, providenciei cópias do currículo, com a ajudo do meu cunhado e levei ao Batista, Marista e ao ITA (Instituto Tecnológico da Aprendizagem). Confirmei a inscrição para o concurso do Estado. Precisava apresentar a documentação. Apresentei todos os cursos de extensão universitária que fiz durante a graduação, oferecidos pelo diretório acadêmico da FEPEVI.

Dia dez de fevereiro fui convocada pelo Batista para um teste. Fui aprovada. Entretanto, na hora de assinar a carteira de trabalho, não concordei com os métodos de controle do professor pelos alunos. O grupo de alunos a quem eu ministraria aulas de recuperação até março, avaliaria minhas aulas em reunião com o diretor, aos sábados. Não concordei. Aqueles alunos que não conseguiram ser aprovados com as aulas do ano inteiro não teriam condições de avaliar minhas aulas. Preferi aguardar outro trabalho.

Saí do Batista e fui ao Marista saber o resultado da avaliação do currículo. Esperei Irmão Jorge, o diretor à época, na Secretaria. Que já chegou me chamando de catarinense. Contei o acontecido no Batista. Ele perguntou quais os professores que assistiram a minha aula de avaliação? Falei o nome. Ele disse que aqueles professores lecionavam também no Marista.

Pediu à secretária o horário de 1977. Disse-me que iria me dar uma oportunidade. Eu daria aulas de português em três quintas séries a tarde e de redação nas cinco oitavas pela manhã. Mas, se eu me saísse bem, poderiam surgir outras vagas. Entreguei a documentação que preparara para o Batista. Estava aliviada. Já era um bom começo, 20 aulas por semana.

Dali fui ao ITA (Instituto Tecnológico de Aprendizagem) de Terezinha Rego. Encontrei na coordenação, Maria José Natal, que fora colega de trabalho, na Casa Xavier, quando eu era balconista. Foi aquela alegria. Ela me apresentou à Professora Terezinha Rego. Consegui aulas de português em duas turmas de secundo grau. Oito aulas por semana pela manhã.

O Irmão da Maria José era dono de uma escola. Ela me deu o endereço e telefonou para ele. Fui lá. Fiquei com duas turmas de português pela manhã, mais oito aulas por semana. Fechado o horário da manhã. Naquele dia, ao sair do Batista, peguei um ônibus no João Paulo, saltei na Praça Deodoro e fui ao Marista. Saí do Marista e fui ao ITA, em frente ao ginásio de Esporte Costa Rodrigues e depois, ao Colégio Ronald de Carvalho na Rua dos Afogados. Agora era só aguardar o resultado do Concurso do Estado.

Comecei a procurar casas. Perto da casa da minha irmã. A sogra dela e os cunhados todos moravam naqueles conjuntos. O dela já era o IV. Demorei um pouco a encontrar. Com o dinheiro que levei de Itajaí, quarenta mil, comprei uma no I conjunto, não germinada. Ela estava soltinha. A última de uma fileira de casas geminadas. Paguei trinta mil a vista. Com o dinheiro que sobrou fiz uma reforma e construí uma sala de jantar de 16m², um quarto de 12m² e uma cozinha.

Foi um alívio quando mudamos. Minha irmã, coitada com a casa toda entulhada com nossas coisas por três meses. A Jane que a princípio não gostara da casa, ficou contente com o resultado da reforma. Escolheu o quarto da frente onde era a cozinha. Rogério ficou com o outro da frente. Foi tirada uma parede e a salinha dobrou de tamanho com o quarto de trás. Como tinha terreno nos fundos fiz meu quarto, a sala de jantar e a cozinha.

Rogério, aos 14 anos fez toda a instalação de luz. A casinha ficou simpática!

Aqui postei o diploma da faculdade, o certificado de segundo grau e diploma do Primário, no Grupo Escolar Gomes de Sousa, assinado por D. Santinha, Anozilda dos Santos Fonseca, que foi minha primeira professora.

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Publicado por Benedita Azevedo em 19/08/2020 às 00h02
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