19/08/2020 00h12
Histórias e fotos- capítulo XVI
Histórias e fotos – capitulo XVI – O primeiro ano após o retorno ao Maranhão. Início do ano letivo de 1977. Jane e Rogério foram matriculados na oitava série. Foram meus alunos nas aulas de redação. Eu amava dar aulas para as quintas séries. Eu fizera o “Encontro de casais com Cristo” e estava com as músicas religiosas na cabeça. Após terminarmos as aulas, as crianças guardavam o material e catávamos antes de eu sair. “Maria de Nazaré”, “Amar como Jesus amou” de Padre Zezinho eram as preferidas. No período da manhã, lecionei no Ronald Carvalho e no ITA, no primeiro semestre. Dia 08 de junho, recebi o memorando para comparecer ao Departamento de Organização escolar para tratar de assunto de meu interesse. Fui aprovada e nomeada a partir do dia 1º de julho de 1977. “Centro de Ensino de 2º Grau” no cargo de Professor Secundário, Nível “12”, Lotada na Secretaria de Educação e exercício no município de São Luís. Em agosto comecei a lecionar no Centro de Ensino de Segundo Grau “Gonçalves Dias”, 16h semanais no turno da noite. Ainda no mês de agosto fui convidada pelo diretor do marista, a coordenar as 8ª séries. O irmão Ovídio ia de férias para a Espanha e só voltaria em dezembro. Falei que tinha aulas em dois outros colégios. Ele perguntou quanto eu ganhava nos dois. Fizemos as contas. Era metade do que eu ganharia na coordenação. Ele disse que estava gostando do meu trabalho e pretendia que eu ficasse em horário integral no Colégio. Parecia um sonho. Fui às duas escolas. Contei a proposta que tinha recebido e que gostaria de aceitar, pois seria menos cansativo para mim, trabalhando no mesmo colégio. Os dois entenderam e me desejaram boa sorte. Passei a ganhar pelas 15h nas quintas séries. 5h para as aulas de redação e 20 horas pela coordenação das cinco oitavas séries. Horário integral. Eu chegava ao colégio às 6:45 e saia às 17:00h. A partir de agosto, passei a trabalhar mais 4h aos sábados pela manhã, na coordenação da “Área de Comunicação e Expressão”-Reunião com todos os professores de português e inglês, para planejamento das aulas da semana. Então minha carga horária no Marista era de 44h semanais e no Estado 16h. Somando 60h aula por semana. Fiz um projeto para as aulas de redação. Faríamos uma redação por semana. Em todas as aulas eram sorteados cinco alunos para ler sua redação, valendo de 0 a 10, pelo conteúdo. Quem não fizesse ficava com 0. Cada semana eu recolhia as redações de uma turma para correção também da ortografia. Ao final do ano, uma das notas da matéria era do relatório com todas as redações feitas durante o ano. Passando a trabalhar a noite, ficou inviável permanecer morando tão longe dos colégios. Os filhos já tinham se adaptado à casinha e não queriam mudar. Queriam que eu comprasse um carro. Mas, eu teria de aprender a dirigir primeiro, para depois comprá-lo. Esse projeto foi adiado para as férias. Eu compraria o carro e aprenderia a dirigir diretamente nele. O importante era que em sete meses em São Luís, eu já estava trabalhando o máximo que podia no melhor colégio do Maranhão e estava me saindo muito bem. A coordenação das oitavas séries já fora uma conquista pela minha maneira de trabalhar. Estávamos morando em uma casa nossa, totalmente paga com o dinheiro do meu trabalho. Sem depender, nem dever a ninguém. Esta foto foi feita por uma aluna, com uma maquininha portátil, com poucos recursos, na reunião dos pais de 200 alunos com o auditório do Marista lotado na conclusão do ginásio (as 4 últimas turmas do Ensino Fundamental hoje).
Publicado por Benedita Azevedo em 19/08/2020 às 00h12
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