Haicai, Verso e Prosa

08/12/2010 05h10

X Prêmio Cultura Nacional - Talento Literário - 2010

Teruko Oda, Benedita Azevedo e Edson Kenji Iura, no hall do Hotel/Eventos - São Paulo.
                             ***
Com esta seleção de haicais, fui agraciada com o "X Prêmio Cultura Nacional - Talento Literário" da Real Academia de Letras de Porto Alegre - RS, Ordem da Confraria dos Poetas
                                        ***

Brisa da manhã: Haicai
              Benedita Azevedo

Dia de faxina -
Deixem! Deixem o casulo
Pendurado na estante.

Céu azul profundo -
Nossa, minha mãe morreu
Num dia assim.

Flor de suínã -
A faca da comidinha
Das minhas bonecas.

Meados de outubro -
Da velha árvore tombada
Surge um broto novo.

Memorial do Carmo -
Quantas almas vagueiam
Nesta noite de inverno?

Sobe e desce os montes
A palmeira babaçu -
Cidade natal.

Sabiá-da-praia -
Canta, canta o dia inteiro,
Preso na gaiola.

Viveiro dos pássaros -
O tico-tico almoça
Sem ser convidado.

Rio de primavera -
Ao sabor da correnteza,
O homem lança o anzol.

Calçada da escola -
As flores do ipê-roxo
Na mão das crianças.

Quadrado de céu
Visto do meu escritório -
Passa um urubu.

Ao romper da aurora
Suave perfume no ar -
Outra vez setembro.

Em meio à neblina
Um vulto joga a tarrafa -
Pesca de camarão.

Silêncio da tarde -
Só o farfalhar das folhas
Na aragem que passa.

Ipê amarelo
Na copa, contra o infinito,
Retalhos de azul.

Boca do bueiro -
Boneca de olhos abertos
Resiste à enchente.

Lua desta noite.
Sob a janela do quarto
Canta o seresteiro.

Brisa da manhã -
No cheiro de maresia
Regresso à infância.

Chega o Ano Novo -
Acenam do portão
Os filhos e os netos.

Tarde de outono -
No pátio entre os marrecos
O ancião caminha.

Ao final da aula
As sombras invadem a sala.
Que dia tão curto!

Dia de Ano Novo -
Encalham na areia da praia
Restos de oferendas.

Visita à fazenda -
As flores de primavera
Também no vestido.

Manhã perfumada -
O chão salpicado de pétalas
E o zum-zum de abelhas.

Ao sol da manhã,
Esticam-se sobre o muro...
As rosas vermelhas.

Aromas da infância.
Na manhã cheia de sol
Flores de mangueiras.

Junto à mureta
O leve bater das ondas -
Dia de nevoeiro.

Barco encalhado -
O som de um martelo
Rompe o nevoeiro.

Flor de quaresmeira -
Os panos que cobrem os Santos
Têm a mesma cor.

Domingo de Ramos.
Fiéis agitam as palmas
Sob a chuva fina.

Dentre meus haicais publicados, esta é uma seleção feita por Celso Pestana, confrade da Haikai-L e do Grêmio Haicai Águas de Março. São haicais sazonais brasileiros. (Benedita Azevedo)

Publicado por Benedita Azevedo em 08/12/2010 às 05h10

Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Comentar / Ver comentários

12/10/2010 08h07

Primeiro Renga: Tarde de verão - comentado

Prezados,

Segue o primeiro renga comentado.

Acho que todos que quiserem podem reproduzi-lo à vontade.

Abraço a todos,

Paulo Franchetti

Primeiro Renga: Tarde de verão

Tarde de verão –
Que refrescante
O cheiro da chuva!
A rede na varanda
Balançando retorcida.

* Aqui a ligação é sutil. Há uma continuidade, mas não evidente. O que é sempre melhor. O cheiro da chuva é trazido pelo vento. O vento, ausente, na primeira estrofe e também não referido explicitamente na segunda é que é o elemento de ligação.

A rede na varanda
Balançando retorcida.
A casa vazia.
O cachorro arranca as roupas
Que secam no varal.

* A rede balançando retorcida sugere ausência. Ela está retorcida e talvez isso queira dizer que está vazia há algum tempo. O poeta encadeou em cima da ideia de vazio, de ausência. A casa não é desabitada, como vemos depois. Apenas não há ninguém nela por alguns momentos. O cachorro, sem ninguém que o vigie ou por puro desfastio, ataca as roupas.

A casa vazia.
O cachorro arranca as roupas
Que secam no varal.
Ecoam pela cidade
As vozes do trio-elétrico.

* A excitação do animal fornece o elo para a estrofe seguinte. Não há ninguém ali, talvez porque foram todos para o Carnaval. O barulho da cantoria talvez seja o que excita o cachorro.

Ecoam pela cidade
As vozes do trio-elétrico.
Trilha de montanha
As dores das pernas somem
Ao som da cascata

• Um belo encadeamento, fazendo o renga torcer para outro lado. Alguém se afasta da zoeira da cidade, em direção a um recolhimento nas montanhas. Os cantos de Carnaval são substituídos pelo som da cascata. Correr atrás do trio elétrico cansa, como cansa subir a montanha. Mas o som da cascata alivia a dor do cansaço com a promessa do refrigério. Portanto, é um encadeamento que estabelece um contraste entre dois cenários, um urbano e um rural, e dois ruídos, um excitante outro relaxante.

Trilha de montanha
As dores das pernas somem
Ao som da cascata
A imagem de um Buda
Ondula no espelho d'água.

* Outro belo encadeamento, no qual o afastamento do tema do Carnaval e da cidade se completa. Há uma continuidade: a água da cascata agora forma um espelho de água, no qual se reflete uma imagem de Buda. A sugestão é de um mosteiro ou ermida. O repouso do corpo encontra um equivalente na sugestão do repouso da mente e da alma.

A imagem de um Buda
Ondula no espelho d'água.
Manhã azul -
O povo chega de metrô
À praça da Sé

• Aqui o poeta parece o próprio Bashô. É muito notável este encadeamento. Tínhamos chegado num ponto de grande tensão. Havia o risco de exotismo orientalista, de começarmos a falar de coisas distantes e “poéticas”. Até onde tínhamos chegado, foi ótimo. Se prosseguíssemos no mesmo caminho, dificilmente o renga se manteria vivo. O poeta opera uma virada súbita. O Buda não está mais num mosteiro,mas na Liberdade, em São Paulo, reduto da colônia japonesa. Não há mais trilha de montanha, nem quietude. O Buda está
presente em toda parte: no mosteiro e na confusão da praça. Sua imagem ondula igualmente no espelho de água. Alguém poderia dizer que a mente livre a vê tanto em um lugar como em outro. Mas isso seria talvez simbolismo excessivo. Quando a mim, o importante é o contraponto com o tom anterior e o desenvolvimento surpreendente não porque seja “brilhante”, mas por trazer de volta o pé ao chão, ao humilde e imediato. Nisso reside o brilho.da estrofe.

Manhã azul -
O povo chega de metrô
À praça da Sé
A plenos pulmões o pastor
Arrebanha novos fiéis.

* A cena urbana tem continuidade. O link é a imagem do rebanho. A chegada do povo, das centenas de pessoas, é seguida pelo pastor de almas que busca arrebanhar os fiéis saídos do metrô. Não há mais Buda, nem mosteiro, nem serenidade na manhã azul.

A plenos pulmões o pastor
Arrebanha novos fiéis.
Final do dia –
Tantas andorinhas,
Sob um céu de chuva.

* A cena evolui para a noite. No final do dia, o pastor tenta congregar possíveis fiéis, falando alto. No céu, um bando de andorinhas (ou seja, o link ainda é feito pela ideia de rebanho, implícita no verbo arrebanhar) se alimenta, em aparente desordem, com seus ruídos agudos. Talvez seja possível arrebanhar os fiéis, mas não as aves do céu, que não semeiam nem colhem nem ajuntam em celeiros. Ou talvez esse seja o mote do sermão do pastor. O céu
de chuva no final do dia dá um fechamento da cena e obriga o renga a tratar a noite, até agora ausente. Algumas estrofes depois, talvez, surja a lua no céu aberto.

Final do dia -
Tantas andorinhas,
Sob um céu de chuva!
O gato sobre a mureta
anda pra lá e pra cá.

• As andorinhas percorrem o céu em várias direções. O gato anda em linha reta sobre a mureta. O movimento dos seres da natureza compõe um quadro interessante, sugerindo a tensão que antecede a chuva.

O gato sobre a mureta
anda pra lá e pra cá.
Madrugada -
Chora na maternidade
o mais novo pai.

• Um belo encadeamento. O caminhar para um lado e para outro encontra seu desenlace no final da tensão do parto. O poeta criou uma continuidade realmente sutil! O pai provavelmente também andava de um lado para outro, como o gato no muro. Esse é o ponto de ligação, que não está explícito, mas ilumina esses cinco versos com a luz do haicai.

Madrugada -
Chora na maternidade
o mais novo pai.
Alguém segue contente
pela neblina da cidade.

* O mundo está em paz. Nasce uma criança na madrugada; alguém atravessa a neblina contente. Como há neblina, ou a pessoa que segue contente é o próprio poeta, ou é outra pessoa e, nesse caso, talvez siga cantando ou assoviando, uma vez que não há percepção visual.

Alguém segue contente
Pela neblina da cidade.
Caminho de casa -
O sol brilhando nas flores
Da acácia-mimosa.

* Acácia-mimosa é kigo de inverno. A cena é uma manhã ou uma tarde de neblina (conforme a pessoa trabalhe à noite ou durante o dia), na qual o calor e a luz do sol de inverno se tornam mais presentes. A acácia floresce em junho e sua florada dura pouco tempo. O brilho passageiro do sol que suplanta a neblina, bem como a brevidade das flores ecoa a alegria da pessoa que caminha, sugerindo transitoriedade.

Caminho de casa –
O sol brilhando nas flores
Da acácia-mimosa.
Na gangorra da praça,
A criança de cachecol.

* A cena se completa. O caminhante de volta a casa atravessa uma praça, na qual floresce a acácia e as crianças brincam na gangorra. Uma delas (talvez as duas que brincam na gangorra ou talvez todas, mas não é isso que o haicai apresenta) de cachecol.

Na gangorra da praça,
A criança de cachecol.
Domingo de outono-
A janela a ser aberta
Mostrará algo novo?

* Quando li, a singularidade da criança de cachecol me chamou mais a atenção. Como se fosse apenas uma, como se o frio se anunciasse – e não estivesse já instalado o inverno. Sem dúvida, ficaria melhor se o primeiro verso fosse algo como “Final de tarde”, ou “Tarde de domingo”. Nesse caso, o clima invernal persistiria e permitiria melhor aproveitamento da imagem. Não foi assim que foi escrita, porém. O que me fez decidir por essa estrofe
entre as outras foi a delicada relação que ela estabeleceu com a anterior. O outono é tradicionalmente a estação da maturidade. Há um contraste entre a cena alegre do dístico e a modorra do domingo outonal, em que alguém se pergunta sobre a possibilidade de mudança.

Domingo de outono –
A janela a ser aberta
Mostrará algo novo?
De binóculo o vizinho
Vasculhando a vizinhança.

* O dístico constitui um passo adiante na sequência temporal do poema anterior. Alguém se faz a pergunta, provavelmente um velho. E logo se põe a agir. A cena é descontraída, tem aquele humor inclusivo, que é próprio do haicai.

De binóculo o vizinho
Vasculhando a vizinhança.
Tanto mar...
Um cargueiro vai sumindo
Na linha do horizonte

* A cena se amplia de novo. O verso “tanto mar” tem fortes assonâncias sentimentais, para nós, herdeiros dos portugueses e da sua lírica. O renga se tinge de nostalgia. Em certo sentido, é um encadeamento por contraste: há um agudo contraste entre o vizinho olhando a vizinhança e a visão do cargueiro sumindo no horizonte. Pode ser o mesmo sujeito a olhar as duas coisas. Ou pode ser uma espécie de comentário: enquanto um usa o binóculo
para ver a vida dos vizinhos o outro prefere olhar para o horizonte amplo. Um senão dessa escolha podia ser o fato de que esse terceto poderia ser encadeado diretamente com o terceto (e não o dístico anterior). Mas não creio que esse tipo de preocupação nos deva perturbar no momento: as formas de encadear, a sutileza das junções é o que precisamos dominar antes de tudo.

Tanto mar...
Um cargueiro vai sumindo
Na linha do horizonte.
Cai a noite sobre as ondas,
piscam luzes dos faróis ...

* Nada estava explícito, mas ao que tundo indica até a inserção deste dístico a cena era diurna. Foi uma bela continuação essa, em que o fim do dia se precipita. A cena se completa: é uma marinha. Um véu de melancolia parece de repente instalar-se no renga.

Cai a noite sobre as ondas,
piscam luzes dos faróis ...
Um táxi corre
Por avenidas desertas –
O boêmio ronca.

* Outro encadeamento ótimo! Os faróis marinhos são agora faróis de carros. À melancolia marítima sucede uma cena urbana, trazendo o renga de novo para o nível do chão, do prosaico, bem no espírito do haicai. Se as avenidas estão desertas, é madrugada, ou então é mesmo começo da noite de algum feriado. Mas é mais provável que tenhamos de supor um salto entre o anoitecer do dístico e a madrugada do terceto. Os faróis piscam, os olhos do boêmio já não, pois estão fechados. Há ainda alguma correspondência entre as ondas que
refletem a luz dos faróis marítimos e as avenidas desertas, iluminadas pelos faróis dos carros. O último verso é de fato ótimo!

Um táxi corre
Por avenidas desertas –
O boêmio ronca.
Ao amanhecer, um pássaro
que não para de cantar.

* Mais um belo encadeamento! O boêmio ronca e o pássaro canta. Ambos continuamente, supomos. A cena é agora situada no começo do dia e cada um faz o que é de acordo com a sua natureza: o notívago dorme, o pássaro acorda. Ambos se manifestam por meio de um ruído específico. Resulta, desse quadro, uma estranha sensação de que o mundo caminha em ordem - como diria o Blyth.

Ao amanhecer, um pássaro
que não para de cantar.
Céu limpo -
Os olhos das vacas brancas
acompanhando a menina.

* A cena se completa no campo, ou nos subúrbios. Uma menina caminha, vai para a escola talvez, os pássaros cantam e as vacas olham. É algo muito plácido, suave, no qual tudo se integra. Apenas uma nota dissonante: o pássaro no singular. Algo fica um pouco estranho, pois é difícil imaginar um só pássaro cantando ao amanhecer. A singularização do pássaro produz um efeito curioso: seria aquele no qual a menina presta atenção, enquanto as vacas prestam atenção nela?

Céu limpo -
Os olhos das vacas brancas
acompanhando a menina.
À sombra do cogumelo
o inseto se abriga.

* Já não é manhã. O céu está limpo, portanto há sol. As vacas parecem agora modorrentas, olhando o movimento da menina. Dá para imaginar a ruminação interrompida e o olhar de atenção das vacas. Eu preferiria que fosse, no dístico, "um inseto" ou então que ele fosse nomeado. Mas da forma como está não está mal: agora é o olhar da menina que percebe o inseto se abrigando do calor do sol sob a sombra do cogumelo. Quando li, imaginei (vejam o que é a imaginação!) que a menina estava de sombrinha e que o inseto e ela tinham alguma homologia.

À sombra do cogumelo
o inseto se abriga.
paineira florida
a mulher de sombrinha
passa devagar

* Agora sim, o encadeamento é por homologia. O inseto está embaixo do
cogumelo como a mulher embaixo da sombrinha. Tudo é uma espécie de guarda-chuva: o
cogumelo, a sombrinha propriamente dita e até a paineira sobre o inseto e sobre a mulher de sombrinha.

paineira florida
a mulher de sombrinha
passa devagar
no meio da tarde
súbito sopra o vento frio

* Outro encadeamento interessante. As paineiras florescem até abril e formam as bolas de paina no inverno. No encadeamento, o tom é outonal. É a primeira rajada do vento de outono. Mas a pessoa usa sombrinha, então ainda há sol quente. O quadro, com a introdução do outono, permite imaginar agora que a mulher de sombrinha não caminha devagar para olhar as flores, mas por conta da velhice.

no meio da tarde
súbito sopra o vento frio
Rua de subúrbio -
Saem mães preocupadas
chamando seus filhos.

* Uma súbita mudança de tempo desperta o cuidado materno. A concretude da imagem elimina a melancolia do outono, substituída pela agitação das mães, que dá movimento e uma leve tonalidade dramática ao quadro. É próprio do renga renovar-se, encontrar caminhos surpreendentes.

Rua de subúrbio -
Saem mães preocupadas
Chamando seus filhos.
Vem do ninho o piado
à espera de alimento.

* Mais um encadeamento muito bom. O ponto é 'maternidade'. As mães chamam os filhos; os filhotes de passarinho chamam as mães. Há uma figuração especular, que sugere a unidade do mundo.

Vem do ninho o piado
à espera de alimento.
Névoa da manhã -
Aqui e ali o vulto branco
Do gado no pasto.

* Uma paisagem de paz e renascimento. Ouve-se o piado que vem do ninho, oculto pela névoa espessa, que também domina o pasto. Os pássaros esperam por alimento; o gado se alimenta no pasto. A névoa recobre tudo. A relação entre as estrofes é por semelhança.

Névoa da manhã -
Aqui e ali o vulto branco
Do gado no pasto.
Há sorrisos e covinhas
na Primeira Comunhão.

* O encadeamento é sutil. Manhã de névoa da ideia de primavera. A ideia de renascimento e juventude ecoa na infância. A cena é campestre. A comunhão do homem com a natureza, a unidade do mundo é sugerida por essa cena de brancura em que passamos insensivelmente do que domínio do natural para o da iniciação religiosa.

Há sorrisos e covinhas
Na Primeira Comunhão.
Almoço festivo -
Roupas brancas das crianças
Manchadas de molho.

* O encadeamento completa o quadro, fazendo avançar o relógio até a hora do almoço. A cena se completa com o registro do molho sobre a roupa branca. Embora não haja encadeamento com as estrofes anteriores à que serviu de base, não deixa de ser sugestiva essa concretização da cor através do branco. Agora tudo se vê, inclusive as manchas na roupa.

Almoço festivo -
Roupas brancas das crianças
Manchadas de molho.
A passeata da paz
Na praia de Copacabana.

* A cena parecia campestre. Recebe agora um novo rumo. Estamos em plena dade. O assunto religioso foi deixado para trás. O branco agora é das roupas de uma caminhada pela paz. É sobre o branco que se faz o encadeamento, mas a reviravolta é notável: deslocando o tema e o cenário, preserva o clima de inclusão, de harmonia, em que ocorrem as marcas
prosaicas da vida, nas manchas devidas à alimentação das crianças.

A passeata da paz
Na praia de Copacabana.
Noite de primavera -
Um desejo de abraçar
o filho que partiu.

* O tom subitamente se torna triste, pesado, melancólico. Qual a ligação entre a passeata da paz e o desejo de abraçar o filho que partiu? É o clima de congraçamento, que faz sentir ainda mais a distância? Ou o filho já não vive, é uma das vítimas da guerra ou da violência contra a qual se protesta?

Noite de primavera –
Um desejo de abraçar
O filho que partiu.
Pela janela do quarto,
O perfume do lírio-branco.

* A lembrança do filho ausente se intensifica na noite de primavera, estação que se associa ao renovar da vida e das energias, após o inverno. O quarto está, porém, vazio. O intenso perfume do lírio antes indica a falta que o preenchimento. Não se vê nem o filho, nem o lírio. Mas sente-se, de alguma forma, intensamente, a presença de ambos.

Pela janela do quarto,
O perfume do lírio-branco.
A última página
do livro de cabeceira -
Silêncio e penumbras.

* O encadeamento dá novo rumo ao renga, que estava ficando preso a clima de
tristeza. A cena agora é de modorra, de conforto.

A última página
Do livro de cabeceira –
Silêncio e penumbras.
Passo o final do dia
Pensando no outro dia...

* Já não é noite, como há algumas estrofes, mas entardecer. Subitamente, parece que saltamos para o outono. A cena tem um algo melancólico. Se fosse “pensando nos outros dias”, seria decididamente melancólica. Como está, existe a ambiguidade de o outro dia estar no futuro. O encadeamento se fez a partir do silêncio e da indefinição da hora, entre dia e noite.

Passo o final do dia
Pensando no outro dia...
Brinquedos no chão -
O avô sorri sozinho
tomando café.

* A melancolia se foi. O avô se lembra do dia passado com o neto, ou antecipa o próximo dia que passará com ele.

Brinquedos no chão –
O avô sorri sozinho
Tomando café.
Uma cigarra cantando
Vem aí outra estação.

* Um ótimo final para o nosso primeiro renga: renovam-se as gerações dos homens, assim como a natureza, por meio das estações. Assim também o nosso renga se foi renovando ao longo das 36 estrofes. Vamos, então, ao segundo renga!

Publicado por Benedita Azevedo em 12/10/2010 às 08h07

Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Comentar / Ver comentários

10/10/2010 16h17

Primeiro renga - Tarde de verão

Primeiro renga: completo!

Composto por um grupo de haicaístas da lista [Haicai]

Tarde de verão

1.

Tarde de verão -
Que refrescante
O cheiro da chuva!

[Pestana]

2.
A rede na varanda
Balançando retorcida.

[josé marins]

3.

A casa vazia.
O cachorro arranca as roupas
Que secam no varal.

[Ezê]

4.

Ecoam pela cidade
As vozes do trio-elétrico.

[Paulo]

5.

Trilha de montanha
As dores das pernas somem
Ao som da cascata

[Rosa]

6.

A imagem de um Buda
Ondula no espelho d'água.

[Ezê]

7.

Manhã azul -
O povo chega de metrô
À praça da Sé

[Pestana]

8.

A plenos pulmões o pastor
Arrebanha novos fiéis.

[Ezê]

9.

Final do dia -
Tantas andorinhas,
Sob um céu de chuva!

[Paulo]

10.

O gato sobre a mureta
anda pra lá e pra cá.

[Benedita]

11.

Madrugada -
Chora na maternidade
o mais novo pai.

[Chris]

12.

Alguém segue contente
pela neblina da cidade.

[Solange]

13.

Caminho de casa -
O sol brilhando nas flores
Da acácia-mimosa.

[Paulo]

14

Na gangorra da praça,
a criança de cachecol

[jiddu]

15

Domingo de outono-
a janela a ser aberta
mostrará algo novo?

[Solange]

16.

De binóculo o vizinho
Vasculhando a vizinhança.

[Benedita]

17.

Tanto mar...
Um cargueiro vai sumindo
Na linha do horizonte

[Pestana]

18.

Cai a noite sobre as ondas,
piscam luzes dos faróis ...

[Guin Ga]

19.

Um táxi corre
Por avenidas desertas -
O boêmio ronca.

[Pestanha]

20.

Ao amanhecer, um pássaro
que não para de cantar.

[Rafael Noris]

21.

Céu limpo -
Os olhos das vacas brancas
acompanhando a menina.

[Solange]

22.

À sombra do cogumelo
o inseto se abriga.

[Ezê]

23

paineira florida
a mulher de sombrinha
passa devagar

[josé marins]

24.

no meio da tarde
súbito sopra o vento frio

[carlos]

25

Rua de subúrbio -
Saem mães preocupadas
chamando seus filhos.

[ Guin Ga ]

26

Vem do ninho o piado
à espera de alimento.

[Chris]

27

Névoa da manhã -
Aqui e ali o vulto branco
Do gado no pasto.

[Paulo]

28

Há sorrisos e covinhas
na Primeira Comunhão.

[Chris]

29

Almoço festivo
Roupas brancas das crianças
Manchadas de molho.

[Carlos]

30

A passeata da paz
Na praia de Copacabana

[Pestana]

31

Noite de primavera - -
Um desejo de abraçar
o filho que partiu

[Ceci Matsu]

32

Pela janela do quarto,
O perfume do lírio-branco.

[Paulo]

33.

A última página
do livro de cabeceira -
Silêncio e penumbras.

[Chris]

34.

Passo o final do dia
Pensando no outro dia...

[Rafael Noris]

35.

Brinquedos no chão -
O avô sorri sozinho
tomando café.

[Chris]

36.

Uma cigarra cantando
Vem aí outra estação

[Pestana]]

Publicado por Benedita Azevedo em 10/10/2010 às 16h17

Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Comentar / Ver comentários

17/08/2010 19h35

9º Concurso Brasileiro de Haicai Infanto-juvenil (2010)

O Grêmio Haicai Ipê, o mais tradicional grupo de estudos e prática de haicai no Brasil, promoveu durante o primeiro semestre de 2010 o 9º Concurso Brasileiro de Haicai Infanto-juvenil com o intuito de incentivar e difundir o haicai, a menor forma poética do mundo, largamente difundida em todos os países e veículo ideal para introduzir a poesia entre as crianças.

"Água, vida e alegria" foi o tema escolhido para o concurso desse ano. Participaram alunos do ensino fundamental com idade inferior a 15 anos, sob orientação de seus professores. As inscrições foram encerradas em 16 de julho. O julgamento ocorreu em 14 de agosto. A Comissão Julgadora foi composta por Edson Kenji Iura e Luci Tiho Ikari, haicaístas do Grêmio Haicai Ipê, sob a supervisão da professora Teruko Oda.

A entrega dos prêmios será realizada durante o 22º Encontro Brasileiro de Haicai, na cidade de São Paulo.

Foram recebidos 1804 trabalhos (um por criança) de 52 escolas (74 professores), englobando 21 municípios de quatro estados. A comissão organizadora dividiu o concurso em duas categorias:

Infantil: Até 10 anos de idade
Juvenil: 11 a 14 anos de idade

Quadro de Participação

Estados	Municipios	Escolas	Professores	Alunos
PR	11	32	46	943
RJ	02	04	04	164
SP	07	15	23	688
TO	01	01	01	09
Total	21	52	74	1804

Email: concurso@kakinet.com

CLASSIFICAÇÃO - CATEGORIA INFANTIL
(até 10 anos de idade)

1º lugar:BRUNO MATEUS DA SILVA CASTANHEIRA - 10 anos
Escola Municipal Professora Maria Lenira de Carvalho Oliveira, Jaboti - PR
Profa. Maria Aparecida Siqueira

Luz do luar -
As águas brilhando
no véu da cachoeira!

2º lugar: MAYARA LETÍCIA DA CUNHA LOPES - 10 anos
Escola Municipal Professora Maria Lenira de Carvalho Oliveira, Jaboti - PR
Professora Maria Aparecida Siqueira

Antes peteca
Agora boneca
E a chuva cai!

3º lugar: GABRIEL SERAPICOS MARTINS DINIZ COUTO - 9 anos
Grupo Teclas e Flautas em Harmonia, São Vicente - SP
Professora Mitsuca Miyashita

Mar com neblina
Barco sumindo no horizonte
Mamãe tinha que ver.

4º lugar: PALOMA FERREIRA - 9 anos
Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, Irati - PR
Professora Lislaine Krupczak

Mesmo com neblina
O cantar dos passarinhos
Pertinho do rio.

5º lugar: FABIO MATEUS RUIVO DOS SANTOS - 10 anos
Escola Municipal Professora Maria Lenira de Carvalho Oliveira, Jaboti - PR
Professora Maria Aparecida Siqueira

Manhã chuvosa!
O ônibus da escola,
mais vagaroso.

6º lugar: EDUARDA VIEIRA PENTEADO - 10 anos
Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, Irati - PR
Professora Márcia Pedroso Leuch

Nas águas do mar
O salto dos golfinhos.
Parece que dançam.

7º lugar: SABRINA ROSSINI ZAMPARONI - 10 anos
Escola Estadual de Eliza, Xambrê - PR
Professora Cleyde de Lourdes Fabbri

No rio do sítio
Os filhos alegres
Aprendendo a nadar.

8º lugar: VINCICIUS DE OLIVEIRA BAPTISTA - 8 anos
Escola Municipal "Deputado Nilson Baptista Ribas", Cornélio Procópio - PR
Professora Marya Crhystina Generoso de Souza

Águas refletindo,
Num dia de piquenique,
O brilho do sol.

9º lugar: LUIGI CARLON KORZAWSKI DE FRANÇA - 9 anos
Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, Irati - PR
Professora Cleidi Aparecida Ribeiro

No meio do dia
A cambalhota dos gansos
Na água do rio.

10º lugar: GUILHERME CAÍRES LOBO - 7 anos
Centro Comunitário "Heitor Pinheiro Ribas Filho", São Vicente - SP
Professora Mahelen Madureira

Os patos nadam
Na água do rio.
Estão com calor?

MENÇÕES HONROSAS - CATEGORIA INFANTIL
(até 10 anos de idade - em ordem alfabética)

01. ALYSON DA SILVA DIAS - 10 anos
Escola Municipal Professora Maria Lenira de Carvalho Oliveira, Jaboti - PR
Professora Maria Aparecida Siqueira

Molhando tudo -
O barulho da chuva
também me acalma.

02. CRISTIAN MONTEIRO DE ALMEIDA - 9 anos
Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, Irati - PR
Professora Lislaine Krupczak

No brilho do sol
A água da cachoeira
Faz garoinha.

03. GABRIELY DE SOUZA JOURISIO, 10 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professor João Toloi

Gritos das crianças...
Na pazinha de brinquedo
Um caranguejinho.

04. GUSTAVO HENRIQUE RODRIGUES, 9 anos
Escola Municipal "Deputado Nilson Baptista Ribas", Cornélio Procópio - PR
Professora Marya Crhystina Generoso de Souza

Lambari teimoso!
Nadando contra a corrente
Querendo voltar.

05. ISABELLI PIRES DA LUZ, 8 anos
Escola Municipal "Deputado Nilson Baptista Ribas", Cornélio Procópio - PR
Professora Marya Crhystina Generoso de Souza

Flores que flutuam
Na beiradinha do rio
Bailando sem parar.

06. JOHAINA NAGI, 9 anos
Escola Municipal "Deputado Nilson Baptista Ribas", Cornélio Procópio - PR
Professora Marya Crhystina Generoso de Souza

No laguinho do bosque
Alfaces d\'água flutuam
Escondendo os peixinhos.

07. LEANDRO GABRIEL M.C. CHAGAS, 8 anos
Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo, Irati - PR
Professora Cleidi Aparecida Ribeiro

Logo cedinho
O banho na lagoa
Dos passarinhos.

08. NATHALIA D. A. de ARAÚJO, 10 anos
EMEF Conde Pereira Carneiro, São Paulo - SP
Professora Janete Gasparini Torres

O pescador
No fim de tarde, cansado,
Olha o mar.

09. PALOMA RIBEIRO PINTO, 10 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professor João Toloi

Ilha pequenina
Perdida na imensidão
Do mar agitado.

10. YASMIN MAYUMI ARAGUSUKU DE OLIVEIRA, 9 anos
Grupo Teclas e Flautas em Harmonia, São Vicente - SP
Professora Mitsuca Miyashita

Depois da chuva
Três pardais pulam e brincam
na pocinha d\'água.

CLASSIFICAÇÃO - CATEGORIA JUVENIL
(11 a 14 anos de idade)

1º lugar: THAYNÁ APARECIDA DA SILVA, 13 anos
Escola Estadual de Eliza, Xambrê - PR
Professora Cleyde de Lourdes Fabbri

Ao entardecer
Os passarinhos namoram
Na beira da fonte.

2º lugar: JHONATAN ARRUDA GOUVEA, 14 anos
Escola Estadual de Eliza, Xambrê - PR
Professora Cleyde de Lourdes Fabbri

Os lambaris
Estão brincando de pega-pega
Nas águas cristalinas.

3º lugar: PEDRO HENRIQUE ARAÚJO DOS SANTOS, 13 anos
Escola Estadual Caetano de Campos - Consolação, São Paulo - SP
Professora Irene Massumi Fuke

Tempestade forte
Com a cidade parada
No céu, um trovão.

4º lugar: LARISSA RIBEIRODE LIMA, 13 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professor João Toloi

Na beira do rio
O coro das mulheres
Lavando roupas.

5º lugar: ANA CAROLINA LEANDRO DA SILVA, 12 anos
Colégio Estadual José Veríssimo, Magé - RJ
Professora Benedita Azevedo

Rio de primavera.
A canoa desliza
Lenta, na correnteza.

6º lugar: IZABEL PELLEGRINO BIANO SPINO, 12 anos
Colégio Santo Agostinho, São Paulo - SP
Professora Lúcia Helena Carneiro Nascimento

Tarde na cidade
Passarinhos a voar
Após longa chuva.

7º lugar: LARISSA DE SÁ DUARTE GARCIA, 14 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professor João Toloi

Olhando pela janela
A criança se pergunta -
Porque chove tanto?

8º lugar: MARIANA AKEMI HIGA, 11 anos
Grupo Teclas e Flautas em Harmonia, São Vicente - SP
Professora Mitsuca Miyashita

Onda vai e vem.
Baratinhas sem sossego
firmes nas pedras.

9º lugar:DIEGO LIMA ARRUDA, 12 anos
Escola Estadual Caetano de Campos - Consolação, São Paulo - SP
Professora Irene Massumi Fuke

Pra lá e pra cá
Pra todo lado, sem rumo...
Os caranguejinhos.

10º lugar: GUSTAVO JUN YAKUSHIJI, 13 anos
Colégio Santo Agostinho, São Paulo - SP
Professora Lúcia Helena Carneiro Nascimento

Uma gota cai
E a nuvem já se desfez
Na tarde de outono.

MENÇÕES HONROSAS - CATEGORIA JUVENIL
(11 a 14 anos - em ordem alfabética)

01. ALINE MOREIRA SILVA, 14 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professor João Toloi

No rio poluído
Uma grande surpresa -
Família de capivara.

02. AMANDA BESSA ETO, 11 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo, SP
Professor João Toloi

Siri solitário
Correndo assustado
procura abrigo.

03. CARLOS EDUARDO PEREIRA DOS SANTOS, 11 anos
Colégio Estadual José Veríssimo, Magé - RJ
Professora Benedita Azevedo

Mar de verão.
O socó comendo peixe
na beira da praia.

04. DESIRÉE DE FRANÇA HIGA, 14 anos
Grupo Teclas e Flautas em Harmonia, São Vicente - SP
Professora Mitsuca Miyashita

Furinhos na areia
jogo água e ela volta.
Casa do corrupto.

05. FRANCISCA NAYARA C. DA SILVA, 13 anos
Escola Estadual Caetano de Campos - Consolação, São Paulo - SP
Professora Irene Massumi Fuke

Refrescando o corpo
na parada, entre montanhas
olha! a bica de água.

06. GABRIEL RODRIGUES DECAMARGO EVANGELISTA CECCATO, 11 anos
Centro Comunitário "Heitor Pinheiro Ribas Filho", São Vicente - SP
Professora Mahelen Madureira

No tanque do Aquário
Alegra os visitantes -
Golfinho brincalhão.

07. LETÍCIA DANTAS BARROS, 14 anos
EMEF Prof. José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professor João Toloi

Mar de outono
Sobre a imensidão azul
A ilha solitária.

08. LORENA CASTELO BRANCO NIEUWENHOVEN, 12 anos
Escola Americana do Rio de Janeiro(EARJ), Rio de Janeiro - RJ
Professora Ana Helena Vannier

Na gota d\'água
Reflexo do sol forte.
Vejo o arco-íris.

09. WARLEN DE SÁ TELES RIBEIRO, 13 anos
Escola Estadual Caetano de Campos - Consolação, São Paulo - SP
Professora Irene Massumi Fuke

Tarde ensolarada
De repente vira noite
Chuva de verão.

10. YASMIN REGINA ORTIZ, 11 anos
EMEF Conde Pereira Carneiro, São Paulo - SP
Professora Janete Gasparini Torres

Fogos estouram
Em noite de Ano Novo
Na imensidão do mar.

PRÊMIO ESPECIAL

Atribuído a título de incentivo, a alunos com necessidades especiais, mesmo
não cumprindo os requisitos do Concurso (em ordem alfabética)

01. ALESSANDRO SANTOS DE ALMEIDA JÚNIOR, 6ª série - 15 anos
EMEE Anne Sullivan, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP
Professora Lourdes Fátima Basilio

Mar agitado
Tubarão procura presa
Peixe assustado.

02. CAROLINE DIAS DURÃES, 5ª série - 12 anos
EMEE Anne Sullivan, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP
Professora Lourdes Fátima Basílio

Menina chora
Quer brincar de balanço
Mas chove.

03. FELIPE DE JESUS SILVA, 5ª série - 14 anos
EMEE Anne Sullivan, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP
Professora Lourdes Fátima Basílio

Casal na praia
caminha pela água
felicidade.

04. GIOVANA DOS SANTOS ONORIO, 5ª série - 14 anos
EMEE Anne Sullivan, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP
Professora Lourdes Fátima Basílio

Menina na praia
Grande sonho realizado
Mergulho gostoso.

05. SAVIO ALVES DE SOUZA, 5ª série - 12 anos
EMEE Anne Sullivan, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP
Professora Lourdes Fátima Basílio

Menina triste
Saudade da mãe longe
No dia de chuva.

06. TALITA MATOS SZABO, 7ª série - 15 anos
EMEF Professor José Bento de Assis, São Paulo - SP
Professora Silvia Aparecida dos Santos

Dia ensolarado.
Ao som da cachoeira
Caminho tranqüila.

Publicado por Benedita Azevedo em 17/08/2010 às 19h35

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, criar obras derivadas, fazer uso comercial da obra, desde que seja dado crédito ao autor original.

Comentar / Ver comentários

01/06/2010 10h43

Posse e convite de lançamento do meu 5º livro de haicai

Compartilho com os amigos dois momentos importantes da minha vida. Vejam no link abaixo.

http://www.caestamosnos.org/Benedita_Azevedo/Academia_Nova_Diretoria.html

Silêncio da tarde -
Somente acordes de um piano
na reunião de maio

Benedita Azevedo

Um abraço

Publicado por Benedita Azevedo em 01/06/2010 às 10h43

Comentar / Ver comentários

Página 22 de 26

« 21 22 23 24 25 26

«anterior próxima»

>> ÍNDICE

Tela de Claude Monet

Site do Escritor criado por Recanto das Letras