Um cordel para José Alencar
Benedita Azevedo
Nasceu em Muriaé, Itamuri seu distrito, Só tinha sete de idade Foi trabalhar, sem conflito! Ajudava o pai na loja E ali o espírito forja Neste exemplo tão bonito. Aos catorze sai de casa e vira um comerciário; A Queimadeira, sua loja, Torna-o um empresário; Com dezoito anos de idade Sai dali pra outra cidade Para ser um milionário. O irmão Geraldo lhe empresta O primeiro capital, Mesmo só com o primário Torna-se um referencial, Além de grande empresário Vai buscar outro cenário No Congresso Nacional. Do senado à presidência, Elege-se o vice de Lula No ano de dois mil e dois; Em dois mil e sete pula Para mais um dos mandatos, Sendo um dos candidatos Segue a receita com a bula. Construiu o seu império Com grande diversidade, Onze fábricas empregam Gente de qualquer idade; São dezesseis mil pessoas Trabalhando sempre às boas Mostrando capacidade. Foram treze anos de luta Contra um câncer agressivo; Aos setenta e nove de idade, E um tratamento intensivo, Parte rumo ao infinito; E eu pelo site visito Este homem inspirativo. No dia trinta de março Voa através do Brasil, De São Paulo até Brasília, Sob o céu azul de anil; De volta para o palácio Escreve ali o posfácio, De uma vida varonil. Palácio da Liberdade, Do vôo a última escala; Força Aérea Brasileira, Conduz seu corpo à sala De visita de sua terra; E ali sua vida encerra Em um cortejo de gala. Com honras de chefe de Estado O ex-presidente fechou O seu tempo aqui na terra; Do seu povo ele levou, Muito respeito e carinho; E este nosso mineirinho Todo o Brasil conquistou. A dezessete de outubro, Naquele ano de trinta e um, Nasceu José de Alencar, Não era um ser comum; E a vinte nove de março, Em longa queda de braço Encerrou sua carreira; Ficará lá em sua terra Sobre os montes, sobre a serra... Viva a gente brasileira! Rio de Janeiro, 31 / 03 / 2011 Outono no Brasil
Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 02/04/2011
Alterado em 03/04/2011 |