Manhã Sinestésica
a luminosidade perfumada e o sabor cromático do sarau de poesia, na Bienal do Rio de Janeiro, volto à tranquilidade verde e macia entre o mar e a montanha. A manhã cinzenta e úmida vai se transformando à medida que me aproximo da muralha verde azulada, de suave aroma doce tal o néctar das flores, na Estrada Velha de Petrópolis. O sol preguiçoso e indefinido sobe entre nuvens macias a bocejar e se esconder na suavidade do céu de primavera. Benedita Silva de Azevedo Rua Carlos Franco, 179, Praia do Anil -------------------- Sinestesia é a figura de estilo ou semântica que designa a união ou junção de planos sensoriais diferentes. Tal como a metáfora ou a comparação por símile, são relacionadas entidades de universos distintos. Sinestesia como figura de linguagem, é o cruzamento dos sentidos, a qualidade de um sentido atribuido a outro, expressão típica de uma determinada categoria de poetas. Quanto mais sentidos cruzados em apenas um sintagma ou sob uma única conjunção sensorial, mais rica será a frase ou poesia sinestésica. EX. a) "Sempre havia, ao amanhecer, uma cor estridente no horizonte". (Giuliano Fratin) (cor= visão / estridente = audição) b) "Na floresta uma luminosidade perfumada aquecia os pássaros". (Giuliano Fratin) (luminosidade= visão / perfumada = olfato/ aquecia = tato) c) Na junção dos cinco sentidos, incluindo o que chamamos de "sexto sentido. "Eternamente se encantou com o calor víride e azulado de um aroma que soava doce como o bem maior em que acreditava" (Giuliano Fratim) Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 19/06/2012
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