Homenagem a Dona Rosnha
Se alguém ficava doente iam perguntar a dona Rosinha qual chá deviam tomar? Quais os tecidos que deviam comprar para as roupas das festas religiosas. Era madrinha dos filhos de muitas pessoas, que iam buscá-la no meio da madrugada, a cavalo, para ajudar as mulheres a trazerem seus filhos ao mundo.
Minha mãe sabia tudo sobre remédios caseiros. Éramos 10 filhos. Se alguém comia mais do que devia: chá de boldo, quebra-pedra e cararucá. Para insônia: erva cidreira e capim limão. Para verme, emplasto para ossos quebrados e inflamação: mastruz (erva-de-santa-maria). Para sarna dos cães: sumo das folhas de melão são Caetano e mastruz. Para conjuntivite: usava uma raiz que chamava de raiz dos olhos. Ela raspava, colocava em pano limpo e pingava nos olhos com leite materno. No outro dia já se estava bem. Para tosse: xarope de hortelã pimenta e erva cidreira. Para artrite e reumatismo: azeite de caroço de bacuri e sebo de carneiro. Para engravidar: leite de copaíba. Tudo informação oral passada de pai para filho.
Em casa criavam-se porcos e galinhas, tudo sob o comando de dona Rosinha. Tínhamos muita fartura em casa. Plantava-se de tudo. Meu pai trazia muito peixe seco de Anajatuba e também gostava de caçar: veado, cotia, paca, cateto e outras. À época não era proibido. Quando queria comer peixinho fresco, pescava de tarrafa no Rio Itapecuru. Benedita Azevedo Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 09/09/2021
Alterado em 24/12/2021 Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |