O que é uma glosa?GLOSA s.f. Embora esta palavra tenha outros sentidos, para nós interessa a "Glosa literária", poesia que desenvolve o pensamento do mote em tantas estrofes quantos são os versos do referido mote, finalizando cada estrofe com um deles. 1. Glosa em quadra (trova) Vamos glosar uma trova. A trova tem 4 versos, então vamos escrever uma poesia com 4 estrofes. Pode ser feita de duas maneiras:
a) Com cada verso da trova concluindo as estrofes da glosa. b) Os versos vão sendo escritos na glosa na posição que estão na trova.
a.1.) MOTE ( Maria José Fraqueza)
“Cantam as ondas comigo, o meu poema de amor... cada poema um abrigo, cada palavra uma flor.”
GLOSA ( Benedita Azevedo)
Sento na Praia do Anil, e muitas vezes consigo, nas vagas que o mar abriu CANTAM AS ONDAS COMIGO.
E o suave marulhar que ouço por onde for... leva-me a rir e a cantar O MEU POEMA DE AMOR.
Que neste cantar feliz... transforme o amor em amigo, de todos versos que fiz, em CADA POEMA UM ABRIGO.
E que as palavras mais belas, que representam o amor... se transformem todas elas em CADA PALAVRA UMA FLOR. - [Junho de 2004 – feita para um concurso de glosas em Portugal] -----------------------
a.2.) Mote ( Trova de a.a. de Assis )
Jesus, para nossa sorte, Fez até nós a descida. Descendo, matou a morte E deu-nos a eterna vida.
GLOSA ( Benedita Azevedo)
JESUS PARA NOSSA SORTE, deu sua vida por nós, mesmo assim, venceu a morte ressuscitou logo após.
Viveu neste mundo, quando FEZ ATÉ NÓS A DESCIDA. Chegou e foi nos mostrando um belo exemplo de vida.
Mas, precisando ser forte no Monte das Oliveiras DESCENDO, MATOU A MORTE de variadas maneiras.
A todos deu esperança. Desta esperança nascida fez com o pai uma aliança E DEU-NOS A ETERNA VIDA.
Praia do Anil, 27 / 03 / 2005 ------------
2. GLOSA em décima
A Minha Terra Mote (Gonçalves Dias)
“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá”.
Glosa: Benedita Azevedo
Minha terra vou te amar! Foi lá que ao mundo cheguei, E naquele rio nadei. Tentei aprender remar Para o rio navegar. Com folhas tais quais bandeiras Em suas margens as palmeiras Transmitindo as alegrias, Cantos de Gonçalves Dias: MINHA TERRA TEM PALMEIRAS.
São tantos os bens legados Alegria do meu povo... Ai! Quero vê-las de novo. Tais quais leques espalhados Em horizontes nublados Quero muito voltar lá. Correr pra lá e pra cá, Ver aquela natureza De Itapecuru, beleza... ONDE CANTA O SABIÁ.
Meu rio naquelas paragens, Correndo bem caudaloso Com seu cantar amoroso. Ondas batendo nas margens Dos banzeiros, das aragens, E as meninas que passeiam. Com sorrisos alardeiam, Para os meninos que encontram, Todos ali reencontram, AS AVES QUE AQUI GORJEIAM.
Já vai lá o entardecer Daquela gente querida Que deu vida à minha vida, Não consigo esquecer. E quero então merecer, No jantar um vatapá. Depois ver o boi-bumbá, Visitar os meus vizinhos Pois aqui os passarinhos NÃO GORJEIAM COMO LÁ.
(Parte de uma Ciranda organizada por Armando Figueiredo- Portugal)
Praia do Anil, 05.01.2008 Benedita Silva de Azevedo
Benedita Azevedo e Maria José Fraqueza (trovadora portuguesa); a.a. de Assis (trovador brasileiro); Gonçalves Dias (poeta maranhense); Laudelino Freire.
Enviado por Benedita Azevedo em 30/09/2022
Alterado em 28/05/2024 Copyright © 2022. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |